por Danilo » Qui Abr 05, 2012 23:33
Pessoal, tô estudando 'sequências e convergencia' para limites, e está complicadíssmo entender a teoria (livro 'calculo a uma variavel). Lendo... relendo... e ainda sim a matéria não fica clara. Talvez se vocês me ajudarem a fazer a algum exercício eu posso melhorar meu entendimento. Vamos ao exercício:
Dê exemplos de sequências não constantes, tais que:
(a)

0,25
(b)

-2,31
(c)
![{c}_{n} \rightarrow \sqrt[]{2} {c}_{n} \rightarrow \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/d6bad020cee4761e226f507d10e90a5a.png)
(d)

bom, sei que

converge para 0,25 mas não sei com TOTAL CLAREZA o que isso quer dizer. Imagino que quanto maior o valor de n, mais de 0,25 a sequência se aproxima. certo? eu sei que uma sequencia constante é aquela que tem apenas um número... mas como assim uma sequencia constante tal que uma outra sequencia converge para um número?????
Bom, quem puder dar uma luz agradeço imensamente. ^^
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Danilo
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por LuizAquino » Sex Abr 06, 2012 00:55
Danilo escreveu:Pessoal, tô estudando 'sequências e convergencia' para limites, e está complicadíssmo entender a teoria (livro 'calculo a uma variavel). Lendo... relendo... e ainda sim a matéria não fica clara. Talvez se vocês me ajudarem a fazer a algum exercício eu posso melhorar meu entendimento. Vamos ao exercício:
Dê exemplos de sequências não constantes, tais que:
(a)

0,25
(b)

-2,31
(c)
![{c}_{n} \rightarrow \sqrt[]{2} {c}_{n} \rightarrow \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/d6bad020cee4761e226f507d10e90a5a.png)
(d)

Danilo escreveu:bom, sei que

converge para 0,25 mas não sei com TOTAL CLAREZA o que isso quer dizer. Imagino que quanto maior o valor de n, mais de 0,25 a sequência se aproxima. certo?
Correto.
Em outras palavras, dizer que

(ou que

converge para 0,25) é o mesmo que dizer o seguinte:

Danilo escreveu:eu sei que uma sequencia constante é aquela que tem apenas um número...
Em outras palavras, todos os termos da sequência são o mesmo valor. Por exemplo, a seguinte sequência é constante: {1, 1, 1, 1, ...}. Nesse caso, podemos dizer que o termo geral dessa sequência tem o formato

.
Danilo escreveu:mas como assim uma sequencia constante tal que uma outra sequencia converge para um número?????
Preste atenção ao enunciado do exercício: "
Dê exemplos de sequências não constantes (...)".
Esse "não" no enunciado tem um motivo muito simples: seria fácil demais, por exemplo, dar exemplo de uma sequência que converge para 0,25. Basta tomar uma sequência constante. Ou seja, tomando a sequência constante {0,25, 0,25, 0,25, 0,25, ...} é trivial ver que

.
Você precisa pensar em outra sequência, que não seja constante, tal que

. Por exemplo, tome a sequência

. Note que essa sequência não é constante e temos que

. Confira! Verifique que:

Agora tente fazer os outros itens.
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por Danilo » Sex Abr 06, 2012 16:37
Professor, então, posso colocar qualquer valor para 1

n que o limite nunca vai dar um valor maior ou igual a 0,25, certo? Entendi. Só não sei como chegar a essa fórmula. Aqui no livro tem alguns teoremas, mas tá complicado de utilizar. Existe alguma 'maneira padrao' de encontrar essas 'fórmulas convergentes' ? Como chego lá? Obrigado aí ^^
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por LuizAquino » Sex Abr 06, 2012 19:49
Danilo escreveu:Professor, então, posso colocar qualquer valor para

que o limite nunca vai dar um valor maior ou igual a 0,25, certo?
Você está fazendo confusão. Tome o exemplo que postei acima:

. Note, por exemplo, que

. Ou seja, os termos de uma sequência podem ser maiores (ou até menores) do que o seu valor limite. O importante é: para valores muito grandes de n, o valor de

está cada vez mais próximo de 0,25. No limite, quando

, temos que

.
Danilo escreveu:Só não sei como chegar a essa fórmula. Aqui no livro tem alguns teoremas, mas tá complicado de utilizar.
Para chegar nesses exemplos você não vai usar um teorema. Você vai criar esses exemplos com base na sua experiência calculando limites.
Imagine o seguinte exercício: dê um exemplo de uma função f tal que

. Usando a sua experiência em calcular limites, você pode imaginar várias funções f que atendem essa exigência.
Agora a ideia é parecida. A diferença está apenas no fato de que a variável, no caso n, é natural e tende para o infinito. Isto é, temos limites nos quais aparece

. Se você não estiver bem treinado em calcular limites desse tipo (isto é, limites no infinito), dificilmente vai conseguir criar os exemplos.
Danilo escreveu: Existe alguma 'maneira padrao' de encontrar essas 'fórmulas convergentes' ? Como chego lá?
Como disse acima, isso depende de sua experiência em calcular limites.
Por exemplo, você deve ter estudado que

. Esse é um limite básico, que aprendemos tipicamente no início do estudo de limites no infinito.
Usando esse conhecimento (essa experiência), podemos por exemplo montar a seguinte sequência:

(aqui estou considerando que n começa em 1 e não em 0). Fica evidente então que

, já que

.
No caso do exemplo que exibi na mensagem anterior, note que

(lembrando que n é diferente de zero). Novamente eu usei aquele mesmo conhecimento básico, pois temos que

.
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por Danilo » Sáb Abr 07, 2012 12:39
Entendi. Você usou o fato de que 1/n converge para zero... Valeu! Eu adiquiri o livro do Guidorizzi de calculo 1 vol 1. To resolvendo os exercicios desse livro e estudando paralelamente aos outros livros que tenho que estudar. Obrigado. Só mais uma pergunta:
como eu poderia fazer para o caso de
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
?^ Valeu !
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por LuizAquino » Sáb Abr 07, 2012 13:12
Danilo escreveu:Só mais uma pergunta: como eu poderia fazer para o caso de

?
Que tal pensar mais um pouco?! Tente fazer o exercício!
Você já sabe que

. Com base no que eu já expliquei anteriormente, fica fácil exibir pelo menos um exemplo tal que

.
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por Danilo » Sáb Abr 14, 2012 13:52
LuizAquino escreveu:Danilo escreveu:Só mais uma pergunta: como eu poderia fazer para o caso de

?
Que tal pensar mais um pouco?! Tente fazer o exercício!
Você já sabe que

. Com base no que eu já expliquei anteriormente, fica fácil exibir pelo menos um exemplo tal que

.
Professor, então posso fazer assim?
limite de 1/n +
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
quando n tende ao infinito =
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
(pois limite de 1/n quando n tende ao infinito = 0)
fiz uma prova que caiu uma questão que pedia 4 exemplos diferentes de sequencias que convergem para
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
aí eu pensei em
{
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
,
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
... } , essa sequencia acima que eu acabei de colocar, e limite de 1/n² +
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
quando n tende ao infinito =
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
, e a quarta a mesma coisa só que com 1/n³. Enfim, está correto?
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por LuizAquino » Sáb Abr 14, 2012 17:28
Danilo escreveu:Professor, então posso fazer assim?
limite de 1/n +
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
quando n tende ao infinito =
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
(pois limite de 1/n quando n tende ao infinito = 0)
fiz uma prova que caiu uma questão que pedia 4 exemplos diferentes de sequencias que convergem para
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
aí eu pensei em
{
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
,
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
... } , essa sequencia acima que eu acabei de colocar, e limite de 1/n² +
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
quando n tende ao infinito =
![\sqrt[]{2} \sqrt[]{2}](/latexrender/pictures/f21662d1cabab6e8b273a4b6f1cd663a.png)
, e a quarta a mesma coisa só que com 1/n³. Enfim, está correto?
Esses são quatro exemplos válidos.
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por Danilo » Sáb Abr 14, 2012 17:33
Professor, muito obrigado mesmo. Além de me ajudar aqui está me ajudando também com as aulas de geometria analítica. Deus o abençoe ^^.
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Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Dom Jan 17, 2010 14:42
Não sei onde este tópico se encaixaria. Então me desculpem.
Eu não entendi essa passagem, alguém pode me explicar?

O livro explica da seguinte forma.
1°) P(1) é verdadeira, pois

2°) Admitamos que

, seja verdadeira:

(hipótese da indução)
e provemos que

Temos: (Nessa parte)

Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Seg Jan 18, 2010 01:55
Boa noite Fontelles.
Não sei se você está familiarizado com o
Princípio da Indução Finita, portanto vou tentar explicar aqui.
Ele dá uma equação, no caso:
E pergunta: ela vale para todo n? Como proceder: no primeiro passo, vemos se existe pelo menos um caso na qual ela é verdadeira:
Portanto, existe pelo menos um caso para o qual ela é verdadeira. Agora, supomos que

seja verdadeiro, e pretendemos provar que também é verdadeiro para

.
Daí pra frente, ele usou o primeiro membro para chegar em uma conclusão que validava a tese. Lembre-se: nunca saia da tese.
Espero ter ajudado.
Um abraço.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Seg Jan 18, 2010 02:28
Mas, Fantini, ainda fiquei em dúvida na passagem que o autor fez (deixei uma msg entre o parêntese).
Obrigado pela ajuda, mesmo assim.
Abraço!
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Qui Jan 21, 2010 11:32
Galera, ajuda aí!
Por falar nisso, alguém conhece algum bom material sobre o assunto. O livro do Iezzi, Matemática Elementar vol. 1 não está tão bom.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Qui Jan 21, 2010 12:25
Boa tarde Fontelles!
Ainda não estou certo de qual é a sua dúvida, mas tentarei novamente.
O que temos que provar é isso:

, certo? O autor começou do primeiro membro:
Isso é verdadeiro, certo? Ele apenas aplicou a distributiva. Depois, partiu para uma desigualdade:
Que é outra verdade. Agora, com certeza:
Agora, como

é

a

, e este por sua vez é sempre

que

, logo:
Inclusive, nunca é igual, sempre maior.
Espero (dessa vez) ter ajudado.
Um abraço.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Caeros - Dom Out 31, 2010 10:39
Por curiosidade estava estudando indução finita e ao analisar a questão realmente utilizar a desigualdade apresentada foi uma grande sacada para este problema, só queria tirar uma dúvida sobre a sigla (c.q.d), o que significa mesmo?
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
andrefahl - Dom Out 31, 2010 11:37
c.q.d. = como queriamos demonstrar =)
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Abelardo - Qui Mai 05, 2011 17:33
Fontelles, um bom livro para quem ainda está ''pegando'' o assunto é:'' Manual de Indução Matemática - Luís Lopes''. É baratinho e encontras na net com facilidade. Procura também no site da OBM, vais encontrar com facilidade material sobre PIF... em alguns sites que preparam alunos para colégios militares em geral também tem excelentes materiais.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Qui Mai 05, 2011 20:05
Abelardo, faz 1 ano que o Fontelles não visita o site, da próxima vez verifique as datas.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Vennom - Qui Abr 26, 2012 23:04
MarceloFantini escreveu:Abelardo, faz 1 ano que o Fontelles não visita o site, da próxima vez verifique as datas.
Rpz, faz um ano que o fulano não visita o site, mas ler esse comentário dele enquanto respondia a outro tópico me ajudou. hAUEhUAEhUAEH obrigado, Marcelo. Sua explicação de indução finita me sanou uma dúvida sobre outra coisa.

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