por Daniel Bosi » Seg Mai 16, 2016 22:20
Olá pessoal!
Não estou conseguindo entender o seguinte problema:
Suponhamos que
para todo
e que o limite
existe. Mostre que se
, então
.
Em primeiro lugar, não consigo interpretar o que seria o índice n do
tendendo a infinito. Significa algum valor muito grande? Posso considerar o
como sendo "infinito" (e nesse caso o resultado L do limite seria 1)? A seguir, o que significa mostrar que o limite é menor que 1? Como mostrar que ele tende a zero?
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Daniel Bosi
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por Daniel Bosi » Qui Mai 19, 2016 11:23
Amigos, talvez eu tenha colocado essa questão dentro da área errada, já que após refletir mais sobre o problema percebo que este limite é o limite de uma sequência, e não de uma função.
O que eu tenho pensado é: para mostrar que se o limite é menor que um, a sequência indo a infinito converge para zero sugere que, na prática, uma sequência do tipo
seria um dos exemplos dessa situação. Porém, uma vez que a questão pede uma demonstração rigorosa e geral, estou com dificuldade de organizar uma linha de raciocínio.
Apenas para organizar um raciocínio, pensando especificamente no exemplo da sequência
e substituindo no primeiro limite:
considerando que
que converge inferiormente para 1.
Se alguém tiver alguma sugestão de como eu posso estruturar essa demonstração fico no aguardo!
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Daniel Bosi
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por e8group » Qui Mai 19, 2016 20:27
Começamos com um resultado :
Seja
uma sequencia de termos positivos . Suponhamos que exista uma sequencia
convergente para zero (i.e, (*)
) (Notação :
ou
) tal que a parti de um certo índice
, todos termos
, com
não excede a
, i.e,
, então a sequencia
tbm converge para zero .
Dicas p prova : Use a hipótese de
. Use a definição (*) . Depois tome M como o máximo entre n_0 e N . Observe que para todo n maior igual a M vc terá valida (*) e tbm a segunda desigualdade que majora os c_n's , com n > N .
.
Seu exercício segue como um corolário do resultado acima : Defina
. Por hipótese
converge para
. Suponhamos que
. Nota que
Fixemos um número que
. Como (c_n) converge para L , podemos encontrar
tal que
vale sempre que
.
Logo , para todo
. Donde , para todo
,
. Em virtude desta desigualdade (recursiva ) nota o seguinte :
(...)
.
Não é dificil provar por indução que vale
.
Chame
e ponha
.
Exercício : Mostre que
e conclua que
.
Obs.:
"
Em primeiro lugar, não consigo interpretar o que seria o índice n do {a}_{n} tendendo a infinito. Significa algum valor muito grande? Posso considerar o {a}_{n} como sendo "infinito" (e nesse caso o resultado L do limite seria 1)? A seguir, o que significa mostrar que o limite é menor que 1? Como mostrar que ele tende a zero? "
Uma sequência num conjunto
é meramente uma função
, em que denotamos a imagem de
por
por
ao invés da notação tradicional
. Para denotar esta função especial simplesmente escrevemos
ou
ou simplesmente
. Note que
é só um conjunto .Exemplos :
i) Consideremos um circulo unitário S contido no
. Dado um número natural
. Denote o (único ) polígono regular
inscrito no circulo S . ( Por exemplo , P_3 é um triangulo equilátero , P_4 Quadrado , .... ) . Seja X o conjunto de todos estes polígonos P_n . Nota que a correspondência ,
define uma aplicação
, i.e.,
é uma sequencia cujo o n-esimo termo é dado por
. Observe que a medida que n cresce , o polígono fica cada vez mais 'parecido' com o circulo S ... Este comportamento nos leva a conjectura que esta sequencia converge para o circulo
em notação isto seria dizer
. Mas infelizmente , a priori , não podemos responder esta questão . Para tal deveríamos introduzir em X , uma topologia , onde X munido desta topologia seria o que chamamos de
espaço topológico , onde poderíamos responder com precisão se tal sequencia convergiria ou não para o Circulo .
ii) Seja
o conjunto de todos os primos em
então existe uma (única ) bijeção crescente
, i.e ,
é uma sequencia em
crescente
. Pela infinitude dos números primos esta sequência não pode ser limitada , logo em particular tal sequencia não é convergente ,
.
iii) Seja
. Observe que para cada
,
é uma número racional . Esta correspondência define uma sequencia
em
a qual nao converge em
. Mas , converge em
.
iV) Seja
uma função tal que
.(limite usual calculo 1) . Note que esta função restrita a
é uma sequência
em
dada por
.
É possível mostrar sem dificuldade que esta sequência tbm converge para 2 .
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Cálculo: Limites, Derivadas e Integrais
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Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Dom Jan 17, 2010 14:42
Não sei onde este tópico se encaixaria. Então me desculpem.
Eu não entendi essa passagem, alguém pode me explicar?
O livro explica da seguinte forma.
1°) P(1) é verdadeira, pois
2°) Admitamos que
, seja verdadeira:
(hipótese da indução)
e provemos que
Temos: (Nessa parte)
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Seg Jan 18, 2010 01:55
Boa noite Fontelles.
Não sei se você está familiarizado com o
Princípio da Indução Finita, portanto vou tentar explicar aqui.
Ele dá uma equação, no caso:
E pergunta: ela vale para todo n? Como proceder: no primeiro passo, vemos se existe pelo menos um caso na qual ela é verdadeira:
Portanto, existe pelo menos um caso para o qual ela é verdadeira. Agora, supomos que
seja verdadeiro, e pretendemos provar que também é verdadeiro para
.
Daí pra frente, ele usou o primeiro membro para chegar em uma conclusão que validava a tese. Lembre-se: nunca saia da tese.
Espero ter ajudado.
Um abraço.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Seg Jan 18, 2010 02:28
Mas, Fantini, ainda fiquei em dúvida na passagem que o autor fez (deixei uma msg entre o parêntese).
Obrigado pela ajuda, mesmo assim.
Abraço!
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Fontelles - Qui Jan 21, 2010 11:32
Galera, ajuda aí!
Por falar nisso, alguém conhece algum bom material sobre o assunto. O livro do Iezzi, Matemática Elementar vol. 1 não está tão bom.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Qui Jan 21, 2010 12:25
Boa tarde Fontelles!
Ainda não estou certo de qual é a sua dúvida, mas tentarei novamente.
O que temos que provar é isso:
, certo? O autor começou do primeiro membro:
Isso é verdadeiro, certo? Ele apenas aplicou a distributiva. Depois, partiu para uma desigualdade:
Que é outra verdade. Agora, com certeza:
Agora, como
é
a
, e este por sua vez é sempre
que
, logo:
Inclusive, nunca é igual, sempre maior.
Espero (dessa vez) ter ajudado.
Um abraço.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Caeros - Dom Out 31, 2010 10:39
Por curiosidade estava estudando indução finita e ao analisar a questão realmente utilizar a desigualdade apresentada foi uma grande sacada para este problema, só queria tirar uma dúvida sobre a sigla (c.q.d), o que significa mesmo?
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
andrefahl - Dom Out 31, 2010 11:37
c.q.d. = como queriamos demonstrar =)
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Abelardo - Qui Mai 05, 2011 17:33
Fontelles, um bom livro para quem ainda está ''pegando'' o assunto é:'' Manual de Indução Matemática - Luís Lopes''. É baratinho e encontras na net com facilidade. Procura também no site da OBM, vais encontrar com facilidade material sobre PIF... em alguns sites que preparam alunos para colégios militares em geral também tem excelentes materiais.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
MarceloFantini - Qui Mai 05, 2011 20:05
Abelardo, faz 1 ano que o Fontelles não visita o site, da próxima vez verifique as datas.
Assunto:
Princípio da Indução Finita
Autor:
Vennom - Qui Abr 26, 2012 23:04
MarceloFantini escreveu:Abelardo, faz 1 ano que o Fontelles não visita o site, da próxima vez verifique as datas.
Rpz, faz um ano que o fulano não visita o site, mas ler esse comentário dele enquanto respondia a outro tópico me ajudou. hAUEhUAEhUAEH obrigado, Marcelo. Sua explicação de indução finita me sanou uma dúvida sobre outra coisa.
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