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PROVE

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Mensagempor pedro22132938 » Sex Ago 21, 2015 20:10

Suponha f definida e contínua nos Reais e que f (x) = 0 para todo x racional. Prove que f (x)=0,
para todo x real.(Sugestão:use o teorema da conservação do sinal).
pedro22132938
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Re: PROVE

Mensagempor e8group » Dom Ago 23, 2015 20:21

Suponha f não identicamente nula , então podemos escrever x_0 para designar
o número irracional tal que f(x_0) \neq 0 . Só para fixar ideias , assuma f(x_0) > 0 (0 outro caso é inteiramente análogo ) . Como f é contínua , então vale a " conservação do sinal " , e assim teremos , para algum \delta_o > 0 , f(x) > 0 para todo x \in (x_0 - \delta_o , x_0 + \delta_o ) .Mas , pela densidade dos racionais em \mathbb{R} , temos (x_0 - \delta_o , x_0 + \delta_o )\cap \mathbb{Q} \neq  \varnothing , o que implica f(x)> 0 p/ algum x racional que es uma contradição !

Outra forma ...Sobre as mesmas hipóteses acima sobre x_o . Fixe 0<\epsilon_0 < f(x_o) . Dado qualquer \delta >0 , por densidade , o intervalo aberto (x_0 - \delta , x_o + \delta ) contém números racionais .Assim , temos um racional x_{\delta} \in  (x_0 - \delta , x_0 + \delta ) , mas f(x_{\delta}) =  0  \notin ( f(x_0) - \epsilon_0 ,  f(x_0) + \epsilon_0 ) \subset (0 , \infty )  \implies  f descontínua em x_0 (Contradição !)

Alternativamente ,(assumindo que o leitor está familiarizado com a topologia de \mathbb{R} )
1)

usando o fato que preimagem (= imagem inversa ) de um aberto (do espaço de chegada ) por uma aplicação contínua é também um aberto (do espaço de saída ), temos que o conjunto abaixo

\Sigma := \{ x \in \mathbb{R}\  :  f(x) > 0 \} é aberto em \mathbb{R}, pois tal conjunto é simplesmente a preimagem do intervalo aberto (0,\infty) pela aplicação contínua f . Ora , então só pode ser \Sigma = \varnothing , do contrário , dado x \in \Sigma , podemos obter \delta > 0 tal que (x- \delta , x + \delta )  \subset \Sigma , uma contradição ! (Pois \mathbb{Q} é denso em \mathbb{R} , e isto implica \Sigma \cap \mathbb{Q} \neq  \varnothing )x]

2 )

Nota que se para algum X \subset \mathbb{R} , tem-se f(x) = 0 , \forall x \in X então f se anula em todos os pontos do fecho de X \overline{X} . Fixe x \in \overline{X} . Qualquer intervalo aberto contendo x tem interseção não vazia com X (usando a caracterização para o fecho ) . Nota que ou f(x) = 0 ou f(x) \neq 0 . Se f(x) fosse \neq 0 , tomando |f(x)| >\epsilon > 0 , o intervalo aberto (f(x) - \epsilon , f(x) + \epsilon ) não conteria o zero . Mas , para qualquer \delta > 0 , (x - \delta , x + \delta ) \cap X é não vazio (pois x está no fecho de X ) .Assim , dadox_\delta \in  (x - \delta , x + \delta ) \cap X temos f(x_\delta) = 0 \notin (f(x) - \epsilon , f(x) + \epsilon ) o que implica f descontínua em x . Contradição ! Portanto , f(x) = 0 .Como x é arbitrário , obtemos

f(x) = 0 \forall x \in \overline{X} .

Em particular se X for denso (e.g. , X = \mathbb{Q} ) , então f se anula em todos os pontos de \mathbb{R}

P.S.:

Fixados os universos A , B ...
Dada qualquer aplicação f : A \longrightarrow B , podemos definir as seguintes funções

\overline{f} :  X \in 2^{A}  \longmapsto   \{ f(x) :  x \in X \}  \in 2^B e

\overline{f^{-1}} :  Y \in 2^{B}  \longmapsto   \{ x \in A :  f(x) \in Y \}  \in 2^A .

Onde 2^A denote a coleção de todos os subconjuntos de A .

i) Dado X \in 2^A(que é a mesma coisa dizer X \subset A) , chamamos o conjunto \{ f(x) :  x \in X \} de imagem direta de X por f e por abuso de notação simplesmente denotamos por f(X) (em particular quando X = A , tem o conjunto imagem da função f )
ii) Dado Y \in 2^B , chamamos o conjunto \{ x \in A :  f(x) \in Y \} de preimagem (ou imagem inversa ) e denotamos por abuso de notação f^{-1}(Y) (Não é imagem direta de Y pela função inversa , cuidado ! Nem se sabe se f admite uma inversa )
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Assunto: método de contagem
Autor: sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 09:10

Veja este exercício:

Se A = {x \in Z \hspace{1mm} | \hspace{1mm} \frac{20}{x} = n, n \in N} e B = {x \in R \hspace{1mm} | \hspace{1mm} x = 5m, m \in z}, então o número de elementos A \cap B é:

Eu tentei resolver este exercício e achei a resposta "três", mas surgiram muitas dúvidas aqui durante a resolução.

Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?

No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:

existe oposto de zero?
existe inverso de zero?
zero é par, certo?
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x?
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z?
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z?

A resposta é 3?

Obrigado.


Assunto: método de contagem
Autor: Molina - Seg Mai 25, 2009 20:42

Boa noite, sinuca.

Se A = {x \in Z \hspace{1mm} | \hspace{1mm} \frac{20}{x} = n, n \in N} você concorda que n só pode ser de 1 a 20? Já que pertence aos naturais?
Ou seja, quais são os divisores de 20? Eles são seis: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Logo, o conjunto A é A = {1, 2, 4, 5, 10, 20}

Se B = {x \in R \hspace{1mm} | \hspace{1mm} x = 5m, m \in z} você concorda que x será os múltiplos de 5 (positivos e negativos)? Já que m pertence ao conjunto Z?
Logo, o conjunto B é B = {... , -25, -20, -15, -10, -5, 0, 5, 10, 15, 20, 25, ...

Feito isso precisamos ver os números que está em ambos os conjuntos, que são: 5, 10 e 20 (3 valores, como você achou).

Vou responder rapidamente suas dúvidas porque meu tempo está estourando. Qualquer dúvida, coloque aqui, ok?

sinuca147 escreveu:No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:

existe oposto de zero? sim, é o próprio zero
existe inverso de zero? não, pois não há nenhum número que multiplicado por zero resulte em 1
zero é par, certo? sim, pois pode ser escrito da forma de 2n, onde n pertence aos inteiros
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x? Sim, pois basta pegar x e multiplicar por -1 que encontramos -x
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z? Sim, tais perguntando se todo número é multiplo de si mesmo
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z? Sim, pois basta pegar -z e multiplicar por -1 que encontramos x

A resposta é 3? Sim, pelo menos foi o que vimos a cima


Bom estudo, :y:


Assunto: método de contagem
Autor: sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 23:35

Obrigado, mas olha só este link
http://www.colegioweb.com.br/matematica ... ro-natural
neste link encontra-se a a frase:
Múltiplo de um número natural é qualquer número que possa ser obtido multiplicando o número natural por 0, 1, 2, 3, 4, 5, etc.

Para determinarmos os múltiplos de 15, por exemplo, devemos multiplicá-lo pela sucessão dos números naturais:

Ou seja, de acordo com este link -5 não poderia ser múltiplo de 5, assim como 5 não poderia ser múltiplo de -5, eu sempre achei que não interessava o sinal na questão dos múltiplos, assim como você me confirmou, mas e essa informação contrária deste site, tem alguma credibilidade?

Há e claro, a coisa mais bacana você esqueceu, quero saber se existe algum método de contagem diferente do manual neste caso:
Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?